O Solstício de Capricórnio, Tempo e “Não Tempo”

Amigos e companheiros estudantes de astrologia esotérica,

O período do solstício de Capricórnio inicia-se no dia 21 de dezembro de 2004, seguido da Lua Cheia de Capricórnio no dia 26 e o Natal situado entre estes dois importantes festivais. Como foi mencionado em outras cartas, a palavra solstício significa “parado”, “em repouso” [idéia de intervalo entre dois movimentos – N.T.], porque parece que o Sol nasce no mesmo lugar durante três dias — tendo atingido sua declinação máxima entre o equador e a elíptica.

A elíptica representa o tempo, pois o seu círculo invisível descreve o período de um ano que a Terra leva para se mover em torno do Sol. O equador representa o espaço, pois sua divisão é feita entre os hemisférios e se expande para o equador celestial. Por isso, a intercessão entre esses dois círculos, os equinócios e solstícios, representa o ponto onde o tempo e o espaço se encontram, mas também traz a possibilidade de se transcender a ilusão de tempo-espaço. Eles representam a porta de entrada onde pode acontecer o alinhamento com os campos internos atemporais.

Como o Sol é o medidor do tempo e como o tempo é uma ilusão, especialmente quando o Sol “parece” estar “parado”, o período de solstício é uma oportunidade para transcender o tempo como o conhecemos e para nos movermos para onde “não há tempo”, ou para o eterno agora — uma ordem muito elevada para nós, ocupados ocidentais presos na parte mais frenética do ano, quando o tempo parece que está ainda mais acelerado e sempre parece que nunca temos tempo suficiente. Mas a oportunidade para transcender o tempo é a forma perfeita para equilibrar esses opostos — através da aquisição de um equilíbrio interno, de uma postura de escuta e meditação reflexiva. Na verdade, só o fato de encontrar um espaço [tempo] para meditação durante esse período já trará altos dividendos.

Capricórnio é regido por Saturno, o Senhor do Tempo, logo, a reflexão sobre esse assunto é muito apropriada. Saturno colhe o fruto do seu trabalho no fim do ciclo (cycle sickle), seja de um ano que termina ou do fim de uma vida — por isso sua associação com a morte. Isto é devido ao distante eco do tempo em que Capricórnio era o último signo do zodíaco, em tempos muito antigos — antes que Aquário e Peixes fossem acrescentados ao zodíaco. As férias (holidaysholy days – dias santos ou sagrados) dão a oportunidade para refletir sobre o ano e para pensar sobre o ano que vai se iniciar. Muito do que vemos no período de Capricórnio é uma aceleração nos negócios, é o período do ano em que mais se gasta dinheiro. Essa é a linha de expressão mais “baixa” [em termos de materialidade] de Capricórnio: dinheiro, segurança, ambição e poder.

Os três dias do solstício são um tempo para reflexão interna e o símbolo mais significante de um período iniciatório — três dias no túmulo enquanto o candidato à iniciação permanece fora do corpo sob a instrução do Hierofante. O túmulo e a morte são novamente uma outra referência a Capricórnio, enquanto o útero e o nascimento são o símbolo do seu signo oposto, Câncer — cujas energias são poderosamente invocadas no Natal quando as famílias se reúnem.

Os três dias do período do solstício são também um símbolo da Terceira Iniciação, vista pelos Mestres como a primeira verdadeira iniciação porque, entre outras coisas, a conquista completa ou a transfiguração da personalidade foi realizada com sucesso. Quem de nós pode declarar que já alcançou este exaltado estado de desenvolvimento? Os três dias que Jonas passou na barriga da baleia são uma outra alegoria para esta iniciação, como também os três dias de cegueira de São Paulo quando estava no caminho de Damasco. Por isso, depois dos três dias do período de "tribulações e testes", o dia de Natal é celebrado — acessamos nossa presença Crística. O Sol não parece mais que está parado, está se movendo “em direção ao norte”.

O simbolismo do solstício (de inverno no hemisfério norte) nos diz que depois da hora da maior escuridão para a humanidade (a noite mais longa do ano), segue-se o crescimento da luz até o próximo quadrimestre do ano no equinócio de primavera em Áries.

Por isso, no dia de Natal Jesus é celebrado como o Deus-Sol ou o Espírito que atingiu as profundezas da matéria no solstício de Capricórnio, para renascer com sua luz aumentada ou "ressuscitado da morte para a vida". O espírito encarnou na matéria e a matéria foi elevada para o espírito.

Essa última simbologia se expressa novamente logo depois do equinócio em Áries através da ressurreição e ascensão do Cristo. A Páscoa, deve ser relembrado, é o período da Lua Cheia de Áries, celebrado como a Passagem na religião judaica; com isso, podemos ver a natureza astrológica dos festivais judaicos, alguns dos quais foram adotados pelo cristianismo com apenas algumas diferenças.

A Páscoa ou Áries é um signo de inícios, e aquilo que foi iniciado ou concebido nesse período completa a sua gestação nove meses depois em Capricórnio. Aquilo que se inicia em Áries atinge a perfeição em Capricórnio, o 10º signo — número da perfeição.

A data “real” do nascimento de Jesus (para a qual existem várias1) mostra seu signo solar em Virgem (“nascido de uma Virgem”), intimamente em conjunção com Plutão, o destrutor (“Eu não vim trazer a paz, mas a espada”). Sua Lua aquariana revolucionária está em quadratura com Marte e Netuno em Escorpião, o que sugere seu futuro cargo de Senhor do 6º Raio; isso sem mencionar algumas de suas ações como expulsar violentamente os que lidavam com dinheiro dentro do templo.

A experiência de Jesus na transfiguração no topo da montanha foi o símbolo de sua Terceira Iniciação, e sua crucificação foi símbolo da Quarta, também conhecida como a Grande Renúncia.

"Foi dito ocultamente que a visão desses poderes e suas muitas linhas entrelaçadas [tecidas] são vistas como linhas ou fluxos de luz, e essa visão é dada ao iniciado na hora em que o cume é alcançado no topo da montanha de Capricórnio. É na Iniciação da Transfiguração que a visão surge diante dos olhos do ‘atordoado’ discípulo.

As grandes experiências sobre os vários topos de montanhas, como relatadas na Bíblia, estão todas relacionadas a Capricórnio. Moisés, aquele que deu a Lei no Monte Sinai, é Saturno em Capricórnio impondo a lei do karma [os dez mandamentos] sobre o povo. (...) O Monte da Transfiguração no Novo Testamento é Vênus em Capricórnio quando o amor e a mente se unem na pessoa do Cristo, e ‘Ele foi transfigurado’ diante de todos os homens. Ao mesmo tempo, Ele recebeu a visão do Pai e do que Ele tinha que fazer ‘quando foi’ para Jerusalém, o lugar da morte e ao mesmo tempo a cidade de paz.

Essa Jerusalém é Peixes. Em Aquário, o Cristo colocou Seus discípulos em contato com o ‘homem levando uma ânfora de água’, Aquário, e na ‘sala de cima’ introduziu os apóstolos à união e unidade sob o simbolismo da celebração da comunhão. Para essa comunhão, a humanidade está hoje se preparando, como vimos quando estudamos a última constelação. As significações astrológicas do Novo Testamento ainda são muito pouco compreendidas. Cristo [não Jesus] nasceu em Capricórnio, cumpriu a lei de Saturno, iniciou a era da irmandade inteligente sob Vênus e é o exemplo perfeito do iniciado capricorniano que se tornou o servidor mundial em Aquário e o salvador mundial em Peixes, completando assim a volta do zodíaco e sendo capaz de dizer triunfante em Peixes: ‘Está finalizado’ "2.

Também é dito: "Foi um ‘anjo nascido sob a influência de Capricórnio’ que veio ao Cristo [que iluminou seu discípulo Jesus] no jardim do Getsemani e fundiu Sua vontade individual com a Vontade Divina, e O capacitou a levar Sua missão até o fim"3.

Capricórnio é o signo mais material do zodíaco e, ainda assim, o mais espiritual. Ele representa a natureza mais material da humanidade e, ao mesmo tempo, o cume do desenvolvimento individual, onde a iniciação é alcançada. Capricórnio é a estrela de cinco pontas com uma ponta para baixo (matéria) entrelaçada com a estrela de cinco pontas com uma ponta para cima (espírito), para formar a estrela de dez pontas que é a estrela da perfeição.

"A influência terrena de Capricórnio tornou possível a atividade dos nazistas. Eles mesmos invocaram o mal do passado, o lado material da humanidade, e a potência massiva do egoísmo da humanidade”4. Na verdade, não menos do que cinco entre sete tinham a Lua em Capricórnio durante o regime nazista, incluindo Hitler; essa é uma coincidência extraordinariamente grande. "Mas à medida que a evolução procede, o poder da Lua [em Capricórnio], que é o símbolo e o regente da forma, diminui cada vez mais, e o homem sobre a roda revertida está continuamente liberando-se a si mesmo do controle da matéria. O poder atrativo da ilusão do que é material diminui cada vez mais"5.

"Capricórnio, como já foi dito, está relacionado à iniciação, e é também o signo do Salvador Mundial vindouro, e esses aspectos superiores da influência de Capricórnio podem ser poderosamente demonstrados se a humanidade assim quiser e se aproveitar as vantagens da influência Venusiana [regente hierárquico de Capricórnio] para usar a mente como refletor do propósito da alma"6.

Capricórnio é o signo que celebra o nascimento do Jesus-Cristo, mas é também a expressão da personalidade da raça judia que rejeitou seu messias. A esse respeito, a personalidade capricorniana judaica é um microcosmo da raça humana, representando, de um lado, a natureza mais materialista e avara da humanidade e, do outro, o pináculo do desempenho criativo, o brilhantismo da ciência, das artes e da espiritualidade. É também de interesse o fato de que a alma da raça judia é regida por Virgem, o mesmo signo solar proposto para Jesus.

A expressão "bode expiatório" [vítima propiciatória] veio da religião judaica na Era de Áries, que terminou há 2000 anos. No antigo ritual judaico, no Dia da Expiação, depois que o sumo sacerdote tinha simbolicamente colocado os pecados das pessoas em uma cabra, ela era enviada para o deserto. Por isso, o significado do bode expiatório é o de alguém que recebe a culpa dos outros ou sofre em lugar deles. Os judeus (e São Paulo, que era judeu) transformaram o seu Messias em um bode expiatório, um Messias que eles não reconheceram — e se transformaram, eles mesmos, no bode expiatório durante os passados 2000 anos — culminando nos horrores do holocausto.

O termo "bode expiatório" tem conotações interessantes, pois Capricórnio é um signo do zodíaco que representa responsabilidade; mas fazer os outros de bode expiatório é na verdade eximir-se da responsabilidade culpando uma outra pessoa — por isso os “pecados” coletivos são de alguma forma magicamente expiados.

A raça judia também tem uma personalidade de 3º raio, o raio da Inteligência Ativa. O 3º raio trabalha perfeitamente com a parte capricorniana da personalidade, pois o 3º raio é um dos três raios que passa através de Capricórnio (1, 3 e 7). Um dos pontos cegos (espelhismos) deste raio é a “manipulação inteligente e ardilosa”, e parece que o ritual do bode expiatório é exatamente isso — uma forma inteligente do 3º raio de evitar as coisas. A correta integração deste 3º raio da personalidade é hoje um dos maiores obstáculos para a solução dos problemas dos judeus e de Israel.

"É interessante lembrar que quando o Buda veio, aproximadamente 500 anos antes do Cristo (a data exata do nascimento do Cristo ainda está em debate), a primeira leve influência da Era de Peixes pôde ser sentida, impingindo sobre a poderosa qualidade da Era de Áries, a Cabra Expiatória ou o Carneiro. Foi a influência desta era — persistindo através da dispensação judaica — que, quando veio o Cristo, levou por fim à distorção dos simples ensinamentos que Ele deu. Ele foi erroneamente apresentado ao mundo como o “bode expiatório vivo”, que tirava o pecado das pessoas, originando assim a doutrina da salvação vicária, e foi São Paulo o responsável por essa ênfase. Um exemplo semelhante foi a distorção da origem dos judeus e apareceu nos estágios iniciais do ciclo de Áries, o Carneiro.

Foi-nos dito que as Crianças de Israel se ajoelharam e adoraram o bezerro de ouro, símbolo de Touro, o Boi; esse foi o ciclo astronômico precedente. Estes são ciclos astronômicos e não uma astrologia apresentada. Nos estágios iniciais de Áries, os ensinamentos foram revertidos a Touro, e nos estágios iniciais da Era de Peixes foram revertidos a Áries, e assim colocaram o selo da retrogressão sobre os ensinamentos que agora controlam tantos cristãos ortodoxos. (...) Ela [a raça Judia] ainda tem que passar (falando novamente em forma simbólica) através do signo de Peixes e reconhecer o seu Messias quando Ele vier novamente no signo de Aquário"7.

De qualquer forma, chega de “bode expiatório”! Os leitores familiarizados com esses escritos sabem que o autor definitivamente não é anti-semita, tendo escrito extensivamente sobre a história esotérica dos judeus8.

A razão para isso ter sido mencionado agora é que o estado de Israel está nas vésperas do segundo retorno de Saturno, em agosto de 2006, já mencionado em outras cartas de notícias. Não somente o segundo retorno de Saturno é importante do ponto de vista de qualquer entidade que está amadurecendo, mas é muito mais relevante por ser o regente da personalidade judaica.

Todos os motivos para a criação do estado de Israel em 1948 têm suas raízes no período de Cristo e antes dele, por isso os próximos dois anos serão importantes para o estado de Israel, pois é o lar de metade da população judaica. Um dos mais proeminentes pontos no mapa do retorno de Saturno é a Lua em Câncer indicando a terra natal.

Esotericamente, o bode expiatório é um estado de evolução no signo de Capricórnio: "O Carneiro, a Cabra Expiatória e a Cabra Sagrada são Três em Um e Um em Três. O Carneiro se transforma no segundo e o segundo é o terceiro. O Carneiro, que cria e fertiliza tudo; o Bode Expiatório, no deserto, que redime tudo o que foi criado; a Cabra Sagrada que imerge no Unicórnio e eleva em seu imponente chifre dourado a forma que desvaneceu — nestas palavras está escondido um mistério"9.

A dualidade é transcendida e a cabra se transforma no Unicórnio de um chifre só (unidirecionado) sobre o topo da montanha da realização-iniciação.

Como a raça judia, uma outra entidade, Paris, também tem Virgem como alma e Capricórnio como personalidade (como a Grécia e a Austrália). A nação da França, como um todo, tem 3º raio de personalidade, raio que acha sua principal expressão através da personalidade capricorniana de Paris:

"As forças de cristalização foram vertidas sobre Paris, que é regida por Capricórnio em sua personalidade, mas a alma da nação francesa é nutrida nesta grande capital pela alma da cidade, energizada por Virgem; e não esqueçam que Virgem é o oposto polar de Peixes [regente solar da França] e que o Cristo-menino em Virgem chega ao poder completo em Peixes. Nisto está a esperança para a França. Capricórnio regendo Paris significa tanto morte como iniciação espiritual, e nisto reside a escolha para a França"10.

Uma das maiores heroínas da França foi Joana D'arc, que tinha Capricórnio como signo solar. Seu ascendente em Leão combinava com o signo da personalidade da França, enquanto seu signo solar combinava com o da personalidade de Paris — por isso a forte ressonância com sua nação materna.

Aqui temos uma alma avançada, uma mulher que conduziu no físico, cara a cara, homens armados para o combate! Temos a coragem e a liderança de Leão com o revolucionário Urano em oposição, e as qualidades executivas estratégicas de seu Sol em Capricórnio (os boxeadores Muhammed Ali Joe Frazier e George Foreman têm o Sol em Capricórnio — Capricórnio é a “escola dos socos duros”!). Sua Lua em Libra em conjunção com Júpiter lhe dava um forte senso de justiça e imparcialidade, enquanto seu Mercúrio em Capricórnio em oposição a Netuno em Câncer lhe permitia ser uma médium e atuar, de acordo com suas palavras, “sob orientação divina”.

Outros que têm o Sol em Capricórnio e também estão no "topo do jogo" são: Benjamim Franklin, Ramana Maharshi, Yogananda, Stephen Hawking, Albert Pike, Bernadete de Lourdes e Cleópatra.

As palavras-chave na “roda comum” são: "Que reja a ambição e que a porta permaneça aberta". A ambição mundana por fim é saciada e o fato de que as gratificações terrenas não valem a pena é descoberto. "Gradualmente, a ambição espiritual e o desejo de liberação toma o lugar das ambições mundanas e se transforma em um impulso propulsor, até que finalmente chega o momento em que o verdadeiro sentido de realidade supera tanto a ambição material como a espiritual. O homem pode então dizer verdadeiramente: "Eu estou perdido na Luz suprema e apesar disso eu dou as costas a essa Luz". Para ele não resta mais nenhuma meta, mas simplesmente o serviço"11.

por Phillip Lindsay © 2004

1 A carta proposta por Zipporah Dobyns é aquela com que este autor mais se afina. (05 de setembro do ano 07 a. C., Belém, às 23:56).
2
Astrologia Esotérica, Alice A. Bailey. p. 167-168.

3
Astrologia Esotérica, Alice A. Bailey. p. 632.

4
Astrologia Esotérica, Alice A. Bailey. p. 544.

5
Astrologia Esotérica, Alice A. Bailey. pp.170-171. Veja também O Destino das Raças e Nações, P. Lindsay.

6
Astrologia Esotérica, Alice A. Bailey. p. 544.

7
O Reaparecimento do Cristo, Alice A. Bailey. p. 106. Os Raios e as Iniciações, Alice A. Bailey. p. 534.

8
Veja O Destino das Raças e Nações, “História da Raça Judaica: Do Primeiro Sistema Solar a Israel”: www.esotericastrologer.org/Varunas%20Books/2%20Varunas%20New.htm. Vários artigos também em: www.esotericastrologer.org.

9
Astrologia Esotérica, Alice A. Bailey. p. 156.

10
O Destino das Nações, Alice A. Bailey. p. 73.

11
Astrologia Esotérica, Alice A. Bailey. p. 174.
Os números das páginas referem-se à edição inglesa.

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